quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A Expectativa do Povo de Deus e a Conferência de Aparecida

A Vocação e a Missão do Leigo na Igreja e no Mundo...

Tanto o Vaticano II quanto o Sínodo dos Bispos de 1987 procuraram redefinir a vocação e a missão dos cristãos leigos no mundo e na Igreja. Esta definição tornou-se necessária por causa de dois fatos: A evolução da eclesiologia e os novos desafios que o mundo lança à missão da Igreja, sobretudo, os desafios suscitados por aquilo que o documento de Aparecida chama de mudança de época.

A Evolução da Eclesiologia = Um novo jeito de ser Igreja.
Inadequação do nome leigo.
Superação da noção de Igreja Hierárquica = vida consagrada a serviço do povo de Deus
Vaticano II = Eclesiologia de comunhão.
Ser = Povo de Deus.
Da = Corpo de Cristo.
Igreja = Templo do Espírito Santo.
Concepção = Trinitária.

A categoria “Povo de Deus” foi determinante para a adequada compreensão da vocação e missão dos cristãos leigos. Essa categoria sublinha a igualdade fundamental de todos os membros da Igreja. Trata-se de um Povo todo ele sacerdotal, missionário, evangelizador, carismático e profético (que faz uma leitura dos tempos). Esta é a dimensão fundamental da constituição da Igreja.
Tudo mais (hierarquia, vida consagrada, ministérios) são serviços ao Povo de Deus. Trata-se, portanto, de um Povo de batizados, sujeito e não simples destinatário da ação pastoral da Igreja. No sentido teológico, leigo é aquele que, no batismo, foi ungido pelo Espírito Santo e no sacramento da crisma, foi enviado pela Igreja para continuar a missão de Jesus Cristo. Ele é, portanto, um discípulo missionário.

Articulação entre Igreja e Mundo
Sinais dos Tempos
Igreja presente no Mundo
Interpelam a Igreja e sua missão passa pelo homem
Sinais dos Tempos

A missão é o anúncio de Jesus Cristo e do Evangelho, acompanhado do compromisso com a promoção e defesa da vida em todas as suas dimensões. O tema da Quinta Conferência do Episcopado Latino-Americano e Caribe expressa muito bem isso: Discípulos e missionários de Jesus Cristo para que n’Ele nossos povos tenham vida. Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida.

O que é a Missão

Necessidade da Missão
A Missão do cristão leigo na Igreja e no Mundo

- O Documento de Aparecida, ao tratar do discípulo missionário com vocação específica.
- Apresenta um elenco significativo.
- Fala do bispo, como discípulo missionário de Jesus, Sumo Sacerdote.
- Fala do presbítero, como discípulo missionário de Jesus, Bom Pastor.
- Fala do diácono, como discípulo missionário, de Jesus Servidor.
- E fala do cristão leigo, como discípulo missionário de Jesus, Luz do mundo.

A expressão “luz do mundo” indica a missão peculiar do cristão leigo: “Sua missão própria e específica se realiza no mundo, de tal modo que, com seu testemunho e sua atividade, contribui para a transformação das realidades e para a criação de estruturas justas segundo os critérios do Evangelho” (n.210).

Desafios da Missão:
Promoção da Dignidade Humana
Família
Cultura da Vida
Cuidado com o Meio Ambiente
Vida Urbana
Política
Conversão Missionária das Comunidades

A cidade, hoje, não é apenas um novo espaço social, onde habita a maioria da população. No Brasil, por exemplo, mais de dois terços da população moram na cidade e menos de um terço, no campo. A cidade, hoje, é uma nova civilização, isto é, novo modo de viver, de relacionar-se com as pessoas, com as coisas, com Deus. O homem urbano possui necessidades religiosas específicas.

Vida Urbana

A cidade é uma rede de relações. Por isso mesmo, atrai as pessoas. Ela é formada não só de bairros, muitos deles com condomínios luxuosos, que são verdadeiros oásis no meio da miséria reinante. A cidade é também formada de espaços: educação, saúde, trabalho, lazer. A vida da pessoa se passa em diversos espaços. É na cidade que se concentra o exercício do poder político econômico e outros. Afirma o Documento de Aparecida que, na cidade, se encontra a gestação de uma nova cultura.

A política é a arte de promover o bem comum. É também pedagogia: formação do cidadão, isto é, do sujeito participante na vida da sociedade. A política designa ainda a ação daqueles que se organizam em partidos para chegar ao poder ou manter-se no poder. Os políticos são os construtores da sociedade. Para isso, recorda o Documento de Aparecida, duas coisas são necessárias: competência e integridade moral.

Política

O Documento visa:

1. Estimular a ação evangelizadora da Igreja chamada a fazer de todos os seus membros discípulos e missionários de Jesus Cristo, Caminho Verdade e Vida para que nossos povos tenham vida n’Ele.
2. Repensar profundamente e relançar-se com fidelidade e audácia à missão nas circunstâncias latino-americanas e mundiais.
3. Confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho, arraigada em nossa história a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários. (n°. 11).

O Documento de Aparecida tem Três Partes:

1. A vida dos nossos povos hoje;
2. A vida de Jesus Cristo nos discípulos e missionários;
3. A vida de Jesus Cristo para nossos povos.

A vida dos nossos povos hoje:
(n°s. 20-100)

1. Os discípulos missionários são chamados para serem instrumentos do Reino de amor, de vida, de justiça e paz. São colaboradores na solidariedade com a criação.
2. Recebem o dom da Palavra, a Eucaristia, o Sacramento do perdão, a presença de Maria, a primeira discípula e grande missionária dos nossos povos.
3. O sofrimento, a injustiça e a cruz nos desafiam a viver como Igreja Samaritana (Lc 10,25-37).
4. O olhar dos discípulos missionários sobre a realidade diante das mudanças com alcance global do fenômeno de globalização (n°s. 30-100).

A vida de Jesus Cristo nos discípulos Missionários:
(n°s. 101-346).

- Recorda a alegria de ser discípulos e missionários para anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, e n’Ele, a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho,da ciência e da tecnologia e da solidariedade com a criação.

A vocação dos discípulos missionários:

- Chamados ao seguimento de Jesus Cristo, é uma resposta ao seu chamado e exige entrar na dinâmica do Bom Samaritano (Lc 10,29-37), de nos fazer próximos, especialmente com quem sofre, gerar uma sociedade sem excluídos, segundo a prática de Jesus.
- Aprendem a prática das bem-aventuranças do Reino, o estilo de vida do próprio Jesus.
- A vocação ao discipulado missionário é convocação à comunhão em sua Igreja como uma comunidade de comunidades.

A vida de Jesus Cristo para nossos povos:
(n°s. 347-554)

A missão dos discípulos é a serviço da vida plena, do Reino e promoção da dignidade humana:

- Viver e comunicar a vida nova em Jesus Cristo em nossos povos.
- Conversão pastoral e renovação missionária da comunidade.
- Compromisso com a missão Ad Gentes.


Pe. Francisco Evaristo
Paróquia da Sagrada Família
Diocese de Campina Grande – PB

Resumo da Palestra sobre o Documento de Aparecida, realizado em Abril de 2008, na Mitra Diocesana

Vocação e missão: dois lados da mesma moeda

Um autêntico serviço de animação vo­cacional é antes de tudo uma ação evange­lizadora e genuinamente missionária. Nos evangelhos, aquele que chama é o mesmo que envia. Tal realidade confirma que vo­cação e missão são partes de um binômio inseparável e complementar. Ou, como diz a expressão popular: “são dois lados de uma mesma moeda.” Lados distintos, cada um com suas características próprias, mas par­tes de uma realidade inseparável, onde uma pressupõe a outra.
Na prática, a distinção entre a vocação e a missão é mais de caráter pedagógico que real. Isto significa que precisamos fi­car atentos para evitar certas expressões, como aquelas que escutamos ao falar da “dimensão missionária da vocação”. Pois a missão não é uma simples “dimensão”, mas elemento constitutivo da identidade de toda vocação .
Adryano Gonçalves
Cidade do Vaticano: "Ide e fazei discípulos de todos os povos" é o lema da Jornada Mundial da Juventude de 2013. "Encontro de Madrid foi uma magnífica manifestação de fé para a Espanha e para o mundo", disse o Papa na Audiência geral
Bento XVI anunciou esta quarta feira que o lema da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2013, na cidade brasileira do Rio de Janeiro, será "Ide e fazei discípulos de todos os povos", expressão baseada no evangelho segundo São Mateus.

Na audiência geral que decorreu durante a manhã em Castel Gandolfo, próximo de Roma, o Papa revelou também que a Jornada de 2012, que se assinalará nas dioceses católicas, vai ser dedicada ao lema "Alegrai-vos sempre no Senhor", apelo extraído da carta de São Paulo aos Filipenses.

Na alocução que dirigiu aos fiéis reunidos no pátio interior da residência pontifícia de Castelgandolfo, Bento XVI recordou a sua participação na JMJ que decorreu em Madrid de 16 a 21 de agosto, tendo qualificado de "emocionante" o maior evento católico juvenil a nível mundial.

"O encontro de Madrid foi uma magnífica manifestação de fé para a Espanha e para o mundo", assinalou o Papa, acrescentando que a JMJ foi uma "ocasião especial para refletir, dialogar, trocar experiências positivas e, sobretudo, rezar em conjunto e renovar o empenho de radicar a vida em Cristo".

A 26.ª JMJ constituiu para o Papa um "dom precioso, que dá esperança" para o futuro do catolicismo, com os fiéis a expressarem "o desejo firme e sincero de radicar a sua vida em Cristo, permanecerem unidos na fé, caminharem juntos na Igreja".

"Cerca de dois milhões de jovens de todos os continentes viveram, com alegria, uma formidável experiência de fraternidade, de encontro com o Senhor, de partilha e crescimento na fé: uma verdadeira cascata de luz", acrescentou.

O Papa pediu aos jovens que participaram na Jornada que, "'Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé' [lema da JMJ], levem ao mundo inteiro a alegria do evangelho, com a palavra e uma vida preenchida de obras de caridade".

"Estou certo que regressaram às suas casas com o firme propósito de serem fermento na massa, levando a esperança que nasce da fé", referiu Bento XVI, aludindo ao testemunho cristão que os jovens são convidados a exteriorizar na sociedade.

Ao recordar os momentos mais significativos da viagem, o Papa evocou o "entusiasmo irreprimível" com que foi recebido no centro de Madrid na quinta-feira, dia da sua chegada a Espanha, bem como as condições atmosféricas adversas durante a vigília de oração realizada na noite de sábado para domingo no aeródromo de Cuatro Vientos.

"Uma multidão de jovens em festa, nada intimidada pela chuva e pelo vento, permaneceu em adoração silenciosa", disse o Papa, que salientou a "exuberância" e "alegria" dos fiéis na missa de encerramento da Jornada, celebrada no domingo no mesmo local.

A alocução não mencionou as manifestações de protesto pela visita e agradeceu o "caloroso acolhimento" dos reis de Espanha, "como também de todo o país", tendo também incluído palavras de reconhecimento à hierarquia católica, voluntários da JMJ e a quantos "ofereceram o sustento da oração".

Na saudação em língua portuguesa, Bento XVI saudou os grupos do Brasil e Portugal presentes em Castel Gandolfo:
Saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, particularmente os grupos vindos do Brasil e de Portugal! A Jornada Mundial da Juventude em Madrid renovou nos jovens a chamada a serem o fermento que faz a massa crescer, levando ao mundo a esperança que nasce da fé. Sede generosos ao dar um testemunho de vida cristã, especialmente em vista da próxima Jornada no Rio de Janeiro. Que Deus vos abençoe!


Fonte: Rádio Vaticano
Local: Cidade do Vaticano - Itália